Migração para ônibus elétrico passa pelo subsídio público


Virgínia Campos – Presidente da SME

Os incentivos do poder público serão determinantes à transição do transporte coletivo da capital, com redução de veículos movidos a combustíveis fósseis. A declaração foi dada por Bianca Gonçalves Lara, superintendente de Transporte Intermunicipal e Metropolitano da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra). Engenheira de transportes, ela abriu o seminário técnico Transporte e Mobilidade no Cenário da Descarbonização, realizado no dia 20 de novembro, na sede da SME, em Belo Horizonte.

Hoje, 9% das emissões de gases de efeito estufa do país vêm do setor de transporte. Mas, desse valor, 27% são provenientes do transporte coletivo. O restante é gerado pelo meio individual, carros e motos. Bianca ressaltou que o veículo elétrico é 2,5 vezes mais caro que um ônibus convencional. “É difícil pensar que uma empresa fará a mudança da frota. Neste cenário, é importante haver o subsídio público para a migração. Sem ele, a diferença será aplicada na tarifa com ônus para o usuário”, alertou Bianca.


Bianca Gonçalves Lara – Superintendente de Transporte Intermunicipal  da Seinfra MG

A agenda integra o programa Diálogos da Engenharia. A programação busca apresentar e dialogar sobre as estradas da descarbonização no setor de transporte de cargas e de passageiros e os desafios da mobilidade urbana de baixo carbono, com justiça social e ampliação do atendimento.

Anfitriã, a presidente da SME Virgínia Campos agradeceu a presença de todos e lembrou que o evento integra agenda de fortalecimento e consolidação do Centro de Referência das Engenharias de Baixo Carbono, instituído na SME. Um espaço de interação nacional e internacional para discussões sobre essa nova economia. “Queremos inserir as engenharias e os engenheiros na era da transição energética e seus impactos positivos sobre a competitividade dos negócios e dos profissionais”, disse em seu pronunciamento aos convidados.

Virgínia destacou o retorno do Brasil ao Conselho Mundial de Energia. Ela destacou a liderança do mineiro Nelson Leite no processo.  No dia 13 de novembro a CEO do Conselho Mundial de Energia (World Energy Council), Angela Wilkison, veio ao Rio de Janeiro para selar o retorno do Brasil à organização. Com a fundação do comitê local, o engenheiro eletricista e nuclear Nelson Leite assumiu o cargo de diretor executivo. Com a certificação, a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) será associada a essa representação e terá acesso a documentos importantes, como o Radar da Transição Energética.

A presidente da SME ressaltou ainda a presença do engenheiro químico e de materiais Renato Ciminelli. Sócio da SME, ele é membro do Conselho de Engenheiros para a Transição Energética (CEET). O grupo dá assessoria ao Secretário-geral da ONU para assuntos do clima.

Engenheira civil, com forte atuação na área ambiental, Virgínia lembrou que baixo carbono é uma designação associada a outros objetivos, movimentos e expressões, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, race to zero, descarbonização, captura e armazenamento de CO2, mercado de carbono, entre outras frentes importantes. “Juntos podemos identificar e remover restrições. Importante também identificar e completar lacunas nos campos tecnológicos, fiscal e econômico para promover avanços concretos e célere nas cadeias de produção dessa nova economia”, completou.

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