Semana da Engenharia debate associativismo e ESG

Segunda-feira, dia 9 de dezembro


Foto: Sérgio França Leão foi o moderador no painel de abertura

O primeiro dia teve como tema central Associativismo e ESG: ativo socioambiental e econômico para o desenvolvimento. O painel foi aberto por Virginia Campos e Marcos Gervásio, presidente do Crea-MG. As duas lideranças abordaram como o associativismo e o voluntariado promovem o desenvolvimento pessoal e profissional, fortalecendo habilidades de liderança, trabalho em equipe e comunicação, além de incentivar responsabilidade social e cidadania ativa.

A presidente da SME destacou em seu pronunciamento que a Semana da Engenharia traria à análise mais fina os princípios ESG, que integram aspectos ambientais, sociais e de governança.  “Esse conceito se consolidou como um imperativo estratégico para organizações em todo o mundo”, disse.

O painel contou ainda com três palestras. A mesa-redonda teve como moderador Sérgio França Leão, membro do Conselho Deliberativo da SME.

O vice-presidente da Associação Catarinense de Engenheiros (ACE), Eduardo Irani, apresentou a palestra Engenharia Pública: Instrumento de Transformação e Desenvolvimento Social. Ele explicou que a entidade precursora do Sistema Confea desenvolveu uma cartilha de engenharia pública, disponível no site do CREA Santa Catarina, que foi atualizada em 2024. “Essa cartilha oferece um passo a passo para qualificar os profissionais para prestar serviços às prefeituras, organizar a administração municipal para solicitar recursos do governo e incluir essas demandas no planejamento e orçamento plurianual.”


Foto: Eduardo Irani destacou oportunidades em programas federais

Atualmente, há dois projetos do governo com esse perfil. O “Periferia Viva”, é focado em regularização fundiária e melhoria habitacional. Recentemente, foi anunciado um investimento de 5,3 bilhões de reais para beneficiar 285 mil famílias em 59 territórios. Além disso, o projeto “Minha Casa, Minha Vida” tem previsão de beneficiar 440 mil pessoas em áreas urbanas e rurais até 2024. Irani disse ainda que as entidades de classe são peças-chave à implantação de projetos associados à engenharia pública “pois possuem representatividade e congregam a maioria dos profissionais em atividade, servindo como âncora para avanços reais”.


Foto: Talk-show Economia Circular: reciclagem para a descarbonização

Ainda na manhã do dia 9, o público da Semana da Engenharia acompanhou o talk-show Economia Circular: Reciclagem para a Descarbonização, com a participação de Marco Antônio Silva, vice-presidente da Associação dos Lojistas do Comercio, Recuperacão, Reciclagem, Ferros Velhos e Recolhimento de Pecas Automotivas de Minas Gerais (ADLEXMG), Juliana Leite, diretora da entidade, e Daniel Enrique Castro, diretor na Plus Engenharia Treinamento e Consultoria Ltda.

O moderador foi moderado por Wilson Leal, assessor de Projetos Especiais da SME. Ele destacou a participação da SME no GT Reciclagem Veicular, do Governo de Minas Gerais. “O tema nos permitiu apresentar o caso de sucesso das ações da SME para o desenvolvimento do setor de Reciclagem Veicular em MG e consequente criação pela SEDE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico de MG, do Grupo de Trabalho da Reciclagem Veicular reunindo FEAM, SEF, SEPLAG. FUNDEP, SME e a entidade ADLEX que reúne empresas de desmontes de MG.

Neste caso exemplo, a SME identificou e promoveu junto à SEDE e FEAM a relevante importância do setor de Reciclagem Veicular no estado de MG para a descarbonização através da destinação adequada dos resíduos sólidos decorrentes do processo adequado de desmonte e pela economia de matérias-primas e energia obtida pelo reuso de peças evitando a necessidade de produção equivalente de peças novas.

Neste sentido o Prof. Daniel Castro experiente estudioso do tema e referência técnica do nosso trabalho, demonstrou através do Selo Verde que a energia elétrica poupada pelo desmonte de cada veículo médio equivale ao consumo médio mensal de 100 residências no Brasil e a quantidade de CO2 poupado equivale a captura de carbono de 536 arvores da mata Atlântica por ano.


Foto: O professor Daniel Castro apontou vantagens da economia verde

O professor Daniel Castro também destacou a importância do projeto e apresentou dados relevantes na palestra.  Descobri esse projeto em 2010, quando visitei o Japão a convite deles. Lá, pude ver como eles reciclavam veículos, e isso foi um choque para mim. Embora eu tenha trabalhado em diversas áreas da engenharia, como projetos, produção, indústria siderúrgica e aeroespacial, principalmente na Alemanha, nunca havia trabalhado com reciclagem, muito menos de veículos”, afirmou Castro, que é engenheiro aeronáutico.

 A diretora da Associação dos Lojistas do Comercio, Recuperacão, Reciclagem, Ferros Velhos e Recolhimento de Pecas Automotivas de Minas Gerais (ADLEXMG), Juliana Leite, destacou a implantação do Selo Verde. E detalhou como a articulação, liderada pela SME, promoveu diálogo e avanços com o poder público. “É bom entender que o desmonte é linha de negócio. Agora, a gente está pleiteando um braço de negócio só para reciclagem veicular, que são esses veículos. Nesse sentido, temos conversado com o prefeito, com o governo. E uma conversa recente que nós tivemos, inclusive, com a SLU, para ver se conseguimos desmontar esses veículos abandonados pela cidade. Porque virou um problema de questão sanitária. São esforços importantes, e sem a SME não teríamos alcançado tantos avanços”, destacou a empresária.

Ainda na tarde do dia 9, houve o painel ESG como valor para a engenharia. O debate foi aberto por Marcelo Assis, gerente de Compliance

Construtora Barbosa Mello. O gestor apresentou a palestra Gerando Valor: os desafios para implementar ESG nas organizações. “As empresas podem assumir diversas metas com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e na conscientização sobre aspectos ESG (ambientais, sociais e de governança). Nosso desafio é transmitir esses conceitos de maneira simples e prática para um público operacional, que representa 96% dos colaboradores”, ensinou ele.

 Sócio fundador da Aroeira Salles Advogados, Alexandre Aroeira Salles, participou do painel, que foi mediado pela presidente da SME Virgínia Campos.  O tema da palestra dele foi ESG como ativo estratégico para engenharia. Para ele, é preciso cumprir a legislação ambiental existente para atender às expectativas ESG. A legislação ambiental brasileira é extremamente rigorosa e demandante, já representando o ápice do “E” em ESG. “Cumprir a legislação ambiental evita ações de improbidade e autos de infração desnecessários. Mesmo pequenas empresas podem seguir essas diretrizes sem precisar inventar mais nada. Basta que façamos isso, garantindo a sustentabilidade e a conformidade com as exigências ambientais”, explicou Salles.

 

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