Em maio de 2021, a SME realizou um seminário sobre as enchentes urbanas, com destaque para prejuízos causados na região metropolitana de Belo Horizonte. O evento, em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMINAS), resultou em uma robusta publicação: Posicionamento SME sobre as enchentes urbanas. O conteúdo foi amplamente divulgado, mas, ao que parece, sem efeito prático. Pouco se viu em relação às recomendações e advertências da entidade.
Como o evento se repete em cada verão, em janeiro de 2022 a SME divulgou um manifesto sobre os impactos das volumosas chuvas em Minas Gerais. A Comissão Técnica de Recursos Hídricos e Saneamento da SME viu por bem comunicar diretamente administradores públicos municipais e levou o teor do documento aos prefeitos.
Em ambas as publicações há registro de que a engenharia brasileira tem conhecimento, capacitação, condições e ferramental para atuar no planejamento, na gestão e no controle dos eventos críticos adversos, de modo a evitar, se não, mitigar os efeitos adversos, não raros traduzidos em perdas de vidas.
É da natureza e os eventos se repetiram com força em 2023. Assim como os impactos, agravados pelas mudanças climáticas e fenômenos como o El Niño. A SME, fiel ao seu papel institucional, vem, com apoio da CEMIG, pavimentando iniciativas para a implementação da plataforma ATUAção. Na forma de Observatório, tem como objetivo macro capacitar os munícipes com a utilização de ferramentas de gestão de riscos.
A abordagem mira, em especial, as lideranças públicas na prevenção e na mitigação dos impactos advindos dos eventos hidrológicos adversos, notadamente as chuvas extremas e as cheias consequentes,
Os eventos se repetem em 2024, sempre trazendo um rastro de perdas e danos. E, mais uma vez, a voz da engenharia se levanta. Neste caminho, baseado no conhecimento e apuro científico, ressaltamos a iniciativa de pesquisadores da Escola de Arquitetura da UFMG. O trabalho apresenta soluções de engenharia de drenagem urbana baseadas no comportamento da natureza para diminuir os impactos das enchentes em Belo Horizonte. Leia.
Outra análise importante é assinada pela presidente Virginia Campos, que assina artigo publicado no LinkedIn: Ilhas nas enchentes urbanas. No texto, Virginia chama alerta que a população precisa entender que a drenagem urbana é uma responsabilidade primária do poder público. Acompanhe:
https://www.linkedin.com/pulse/ilhas-nas-enchentes-urbanas-virginia-campos-5lymf/
A valoração da carreira de engenharia no serviço público se faz urgente. Os eventos hidrológicos adversos, cada vez mais intensos, pedem ações pensadas, criadas e executadas pela engenharia de qualidade, na busca de cidades mais resilientes e adaptadas. Decisões que salvam vidas, permitem sonhos e conquistas.
Mais uma vez a engenharia tem soluções para demandas técnicas, de grande impacto ambiental e social. E, em contrapartida, persiste na carreira pública a desvalorização desses profissionais.
Os sinais estão disponíveis, e clamam a cada evento climático extremo.
Engenharia já.