Entidades Precursoras levam pautas de interesse público à 79ª SOEA


Virgínia Campos é coordenadora nacional do Grupo de Entidades Precursoras

A presidente da SME Virgínia Campos participou ativamente de debates e encontros na 79ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA), realizada entre os dias 7 e 10 de outubro, em Salvador/BA. Profissionais de todo o Brasil se reuniram para debater Educação, Tecnologia e Inovação para um futuro sustentável. A Sociedade Mineira de Engenheiros foi convidada pelo Conselho Federal de Engenharia, realizador do evento junto da Mútua, por integrar o Grupo de Entidades Precursoras (GEP).

As Entidades Precursoras foram criadas antes da promulgação do Confea e dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Crea) sendo o alicerce para a criação desses conselhos. Um fórum importante, dedicado aos organismos históricos e que tem o reconhecimento do sistema Confea/Crea, exercendo importante função de representação.

Para Virgínia, o GEP, com presença e credibilidade nos Estados, é canal de escuta junto a sociedade. “As palestras proferidas vão ao encontro desse papel das Entidades Precursoras. Os temas abordados na SOEA discutiram questões relevantes, fundamentais para o desenvolvimento do país e bem estar do cidadão: o direto social de moradia digna e a necessidade de atrair os jovens para as imprescindíveis profissões ligadas à engenharia”, explica Virgínia, que é coordenadora nacional do GEP.



Eduardo Irani em palestra na SOEA, em Salvador
Crédito: ArtFoto Produtora e Cacto

 Engenharia Pública

 As Entidades Precursoras não dispõem de vínculo formal com as autarquias. Os conselhos são serviços autônomos, criados por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública. Além de força e representatividade, as EPs têm pautas próprias, como a retomada de obras federais paralisadas e a defesa da inovação como estratégia à superação dos desafios da engenharia.

O vice-presidente da Associação Catarinense de Engenheiros (ACE) Eduardo Irani apresentou a palestra Engenharia Pública – oportunidades e perspectivas para entidades de classe. Engenheiro civil, ele aponta a Engenharia Pública como um caminho de acesso seguro a uma série de serviços, como à moradia digna. E citou a Lei 11.888 de 2008, que garante assistência técnica pública e gratuita a famílias de baixa renda, mas não consegue impulsionar avanços concretos às comunidades. “O modelo que propomos, dentro do Confea, é permitir com que as entidades de classe façam a intermediação entre governo e beneficiários. Inclusive com a capacitação de engenheiros para realizarem os serviços, sob supervisão”, afirmou.

Irani destacou que, em 2019, foi criada uma Comissão Temática de Engenharia Pública no Confea, com o objetivo de transformar a legislação em ações concretas, enfatizando a importância de tirar a lei do papel. Para ele, é preciso fortalecer a atuação da comissão, tornando-a permanente para que a pauta ganhe representação, coesão e respaldo técnico.  “Desenvolvemos no Crea-SC, com o apoio do presidente Kita Xavier uma cartilha sobre essa legislação. Ela serve como um tutorial da Lei 11.888, orientando tanto profissionais quanto a sociedade”, explicou Irani, lembrando que a Frente Parlamentar Mista das Profissões do Sistema Confea/Crea e Mútua também pode contribuir ao debate.

Irani reforçou ainda que as entidades de classe desempenham um papel importante como garantidoras de recursos, fornecendo profissionais capacitados para projetos de habitação. “As entidades de classe são a engrenagem que pode garantir a realização de moradias dignas para todos”, destacou ele, citando que há 637 entidades de classe no Sistema Confea/Crea no país


João Aureliano, da UEMA, e Franciele Burato, da ASCEA, na SOEA

Jovens na engenharia

Representantes de Entidades Precursoras também apresentaram na SOEA a palestra Perfil do novo engenheiro: atração do jovem para as engenharias. O conteúdo foi elaborado em fevereiro desse ano na reunião do GEP, realizada no Encontro dos Líderes, promovido pelo Sistema Confea/Crea em Brasília.

A pauta foi sugerida pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), presidida pelo engenheiro civil João Aureliano de Lima Filho. “A proposta ganhou adesões importantes de outras precursoras, a Associação Sul Catarinense de Engenheiros (ASCEA) e a Universidade Federal de Paraná (UFPR). “Desde fevereiro realizamos reuniões online todas as quartas. A presidente Virginia sugeriu que a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), também integrasse os trabalhos, na pessoa do engenheiro civil Ilso José Oliveira”, com a pesquisa realizada com a Paraná Pesquisas sobre a valorização da engenharia, explica Lima Filho.

Na época, Virgínia solicitou ao presidente do Confea, Vinicius Machese, que o trabalho fosse apresentado na 79ª SOEA, o que prontamente atendido. Na palestra em Salvador, no dia 9, a arquiteta e engenheira civil Franciele Burato, da ASCEA, destacou o diagnóstico do cenário atual. Os coordenadores aplicaram a pesquisa com engenheiros, recém-formados, estudantes, professores e empresários.


Ilso José Oliveira, da CBIC, destacou pesquisa sobre engenharia
Crédito: ArtFoto Produtora e Cacto

 Apontaram ainda o levantamento do CBIC com os alunos do Ensino Médio e gráficos de procura por cursos, além do números de vagas ofertadas e preenchidas.  Ao final da palestra, as sugestões de melhorias foram apresentadas por Ilso José Oliveira, da CBIC, e pelo engenheiro químico Luiz Fernando Lima Luz Filho, da UFPR. Lá, relataram a preocupação com aprendizado no Ensino Médio e apontaram alternativas de ensino e abordagens inovadoras, como acelerador de talentos, e a transversalidade como estímulo à adesão de jovens.

Coube a João Aureliano as sugestões de soluções aplicáveis. Para o Ministério da Educação (MEC) a recomendação é aumentar a carga horária de estágio de 160 horas para 300 horas. “Nas universidades, é preciso estimular pesquisas, extensões e estágios remunerados e com maior carga horária”, explicou

O grupo também orienta ao Confea, como membro do Conselho do MEC desestimular a propagação de cursos em EAD e estimular cursos de ensino continuado, além fortalecer convênios com universidades que atuam em parceria com as Entidades Precursoras. “Ou seja, ser o articulador entre as universidades e as empresas privadas”, apontou Aureliano.


Foto: Virgínia e líderes apresentaram as entidades precursoras aos estudantes na BA

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