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O engenheiro eletricista, mestre em Ciências Técnicas Nucleares, Otávio de Avelar Esteves lançou no dia 19 de abril, o livro Uma Iniciativa audaciosa de ensino – Inovando na Engenharia, da editora Appris. Fascinado pela Ciência e pelo Magistério, Otávio uniu na obra as duas paixões relatando uma feliz e exitosa aventura: a promoção de mudanças radicais no ensino da Engenharia. E que trouxe resultados e comprovação efetiva de transformações profundas em diversos aspectos da formação dos engenheiros e sobretudo dos cidadãos, egressos do curso criado para servir de um “experimento” didático-pedagógico.
O título da obra é um trecho do relatório de avaliação do MEC para aprovação do curso. “Nosso livro, discute as razões da desarticulação reinante no ensino tradicional da engenharia e narra uma experiência de um “Concerto” Sistêmico no ensino da engenharia, onde os instrumentistas cooperavam na execução de uma “Melodia”, sob a minha regência, coordenador da proposta do curso e sua implementação por doze anos.”, explica Otávio.
A sessão de autógrafos reuniu importantes nomes da engenharia em Minas Gerais, lideranças políticas, amigos e engenheiros formados pelo autor na Livraria Leitura do Pátio Savassi. Entre os nomes de destaque Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais, Aloísio Vasconcelos, ex-presidente da SME e ex-presidente da Eletrobrás, e Alessandro Moreira, vice-reitor da UFMG.
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Orquestra sem maestro
A obra aborda a essência epistemológica das razões da desarticulação entre os conteúdos abordados nas metodologias tradicionalmente adotadas no ensino de Engenharia e seus efeitos deletérios na motivação dos jovens que buscam estudar o curso, pois vai gerando um anacronismo crescente em relação ao seu ritmo de vida. Procura tratar, de uma forma acessível, a existência de uma transição paradigmática nas fronteiras da Ciência, embora a predominante na Academia ainda seja a Clássica. A narrativa aponta, por meio de reflexões epistemológicas, que há um paradoxo no ensino clássico da Engenharia. Condição que dificulta a implementação de transformações efetivas, por serem difíceis de serem assimiladas.
Otávio usa a mesma figura de linguagem para explicar a abordagem tradicional do ensino da engenharia. “É como se juntássemos vários instrumentistas, que nunca se viram, e cada um toca o que acha que deve tocar, no instrumento que considera adequado, com a afinação que julga a mais indicada, da forma mais linda que entende, cada um a seu tempo, no seu ritmo, sem nenhum maestro muito embora haja alguém que detenha o título de coordenador”.
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Nesse contexto, Otávio vê os estudantes como uma plateia que não consegue sequer se dar conta “de razões” para aquela situação desconfortavelmente absurda. E sem um maestro, que perceba a dissonância, entende que o aprendiz acaba se formando sem saber o que é de fato a Engenharia. “Um grande sócio da SME, líder setorial da indústria, me falou há alguns anos: Otávio, como empresário, levo de dois a três anos para formar um engenheiro recém-formado”, exemplificou o autor.
Otávio ressalva que há muitas, e louváveis, iniciativas de busca por transformação do ensino da Engenharia. Porém, parecem não mergulhar nos delicados aspectos filosóficos da ciência. Nesse sentido, as inovações pedagógicas trazem alguma mudança, mas persistem no paradigma tradicional do ensino da Engenharia. O livro destaca o que foi possível implementar de inovador no experimento realizado.
Os resultados de uma pesquisa com egressos demonstram êxito profissional extremamente diferenciado e um nível de formação técnica, humana e de habilidades e competências muito positivo, na percepção dos engenheiros que se formaram no curso. Desta forma, a proposta do livro considera a identidade dos futuros profissionais com a Engenharia e a condição em que chegam ao mercado de trabalho.
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Ao mestre, com carinho
A obra repercute entre colegas de profissão, e ex-alunos do professor inovador. Uma engenheira de energia, formada há 10 anos e mestre em eficiência energética, guarda até hoje a memória da experiência na PUC-Minas. “Fui surpreendida com uma metodologia de ensino inovadora, com aulas instigantes e um processo de ensino focado no aprendiz. A educação de qualidade, humanista, sistêmica é, sem dúvida, a maior ferramenta para transformação em todas as esferas, começando pela social”, escreveu a engenheira Joice Pereira, em uma postagem numa rede social corporativa.
O post da ex-aluna destaca o lançamento do livro Uma Iniciativa audaciosa de ensino – Inovando na Engenharia. A postagem, com dezenas de comentários e compartilhamentos, mostra que o legado de Otávio inspira quem escolheu a Engenharia. “Obrigada, professor Otávio de Avelar Esteves, por ter me ensinado da forma mais linda que se pode fazer. O caminho foi e sempre será árduo para aqueles que ousarem ser corajosos. Você me inspira desde quando tive a sorte de nossos caminhos se cruzarem”, escreveu ao mestre, com carinho.