Semana da Engenharia: aliança em defesa da ciência aplicada

Virgínia Campos destacou o déficit de engenheiros no país

“Apenas 35 entre 100 jovens que ingressam em cursos de Engenharia no Brasil chegam à formatura. Dos que alcançam o diploma, somente 15 se registram nos Creas”. A presidente da SME, Virgínia Campos, se valeu da matemática, uma ciência exata, para fazer um alerta sobre o atual cenário da Engenharia, a ciência aplicada. “Sabemos bem o impacto dessa ausência no desenvolvimento e na competitividade do país. Precisamos dessa juventude para enfrentar o déficit estimado em 75 mil engenheiros e responder aos grandes desafios de infraestrutura”, disse a Virgínia na abertura da Semana da Engenharia, na noite do dia 22 de setembro.

A agenda teve correalização do Crea-MG e do Centro Universitário Dom Helder, que sediou o evento até o dia 24 com palestras técnicas de alto nível. Com o tema “Educação, Inovação e Equidade Social”, a agenda traduziu a necessidade de se formar novas gerações em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. E, desta forma, ter capacidade instalada para aportar inovação tecnológica e desenvolvimento. “Assim, mais brasileiros terão acesso a direitos básicos como água, energia, habitação, mobilidade e segurança alimentar”, completou Virgínia.

José Antônio de Sousa Neto participou ativamente da Semana de Engenharia

Pró-Reitor de Pós-Graduação da Dom Helder, o professor José Antônio de Sousa Neto representou a instituição de ensino na cerimônia de abertura. Engenheiro de formação, ele referendou os dados apresentados pela SME: 6 engenheiros por mil habitantes no Brasil. Potências como Japão e Estados Unidos têm 25 engenheiros por mil habitantes. Sousa Neto também lembrou do líder mundial em pesquisa e tecnologia. “Tudo que funciona tem lógica. E não é à toa que na China tem mais de 50% dos graduados nas áreas de Engenharia. Ela é a ciência aplicada e o motor de investimento no mundo inteiro.  Precisamos ter uma engenharia valorizada no país”, disse o docente.

Sousa Neto afirmou no palco que a Semana de Engenharia é uma sinalização do fortalecimento institucional entre a Dom Helder, o Crea-MG e a SME, como representante do Terceiro Setor. A instituição pretende ampliar a oferta de especializações e pós-graduação, que já conta com programas como Especialização em Gestão Avançada de Contratos e Claims em Engenharia e Infraestrutura. “Engenheiro que não sabe administrar contrato, está na profissão errada. Temos um curso de gestão com a primeira turma. Provavelmente, virá outra turma porque já há uma demanda significativa”, garantiu.

Álvaro Goulart durante palestra na Dom Helder

O vice-presidente do Crea-MG, Álvaro Goulart, encerrou as falas da abertura institucional. E seguiu a linha de Virgínia e Souza Neto.  Goulart destacou relatório da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O estudo, divulgado em fevereiro deste ano, destaca as 10 ocupações com os maiores salários médios de admissão do país: a Engenharia domina a lista. “Engenheiros em computação: salário de R$ 13.794; engenheiros de minas, R$ 13.055; engenheiros químicos R$ 11.181, engenheiros mecânicos, R$ 10.838. Percebem quantas oportunidades”, disse Goulart aos alunos dispostos no auditório. Ele é engenheiro civil e seguiu carreira pública no Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG).

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