
A Sociedade Mineira de Engenheiros realiza, entre os dias 22 e 24 de setembro, a Semana da Engenharia. A agenda tem correalização do Crea-MG e do Centro Universitário Dom Helder, que irá sediar o evento. A aliança tem razão estratégica: um convite para que os jovens se aproximem da SME e do Crea-MG e, em uma universidade, entendam a engenharia como uma carreira de futuro e impacto social. “Precisamos dessa juventude para enfrentar o déficit estimado em 75 mil engenheiros e responder aos grandes desafios de infraestrutura”, considera Virgínia Campos, presidente da SME.

Hoje, apenas 35 entre 100 jovens que ingressam em cursos de engenharia no Brasil chegam à formatura. Dos que alcançam o diploma, somente 15 se registram nos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia, os Creas. Sem avanços na formação e no registro dos profissionais, o Brasil tem números alarmantes: seis engenheiros por mil habitantes, de acordo com projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Quatro vezes menos do que potências como como Japão e Estados Unidos. “Essa ausência traz impactos importantes no desenvolvimento e na competitividade do país. Sem engenharia, menos brasileiros tem acesso a direitos básicos como água, energia, habitação, mobilidade e segurança alimentar”, alerta Virgínia.

Dom Helder
Para o coordenador do curso de Engenharia Civil da Dom Helder, Cláudio Soares, os objetivos da Semana estão totalmente alinhados ao eixo direcionador e expectativas da instituição: sustentabilidade, inovação, tecnologia, networking, valorização da Engenharia. O docente defende maior conexão entre o ambiente acadêmico e o mercado de trabalho. “Esse é um preceito de nosso projeto pedagógico e uma demanda do setor produtivo. Além disso, estamos em um momento crucial, com a engenharia desempenhando um papel fundamental na infraestrutura e no crescimento econômico. Desta forma, é essencial que profissionais da área estejam atualizados e preparados para enfrentar esses desafios”, ressalta Soares.
O especialista lembra que setor da construção civil é cíclico. A expectativa macroeconômica para o médio prazo é de redução da taxa de juros, cenário que estimula os investimentos no país. Ou seja, há uma projeção de aquecimento. “Neste cenário, os participantes da Semana de Engenharia terão a oportunidade de se conectar com os principais atores do setor e contribuir para o desenvolvimento de uma nação mais próspera e sustentável.”, avalia o docente da Dom Helder.

Crea-MG
Para o presidente do Crea-MG, engenheiro civil e de segurança do trabalho Marcos Torres Gervásio, a Semana da Engenharia promove reflexões e debates fundamentais para o futuro da profissão, uma grande oportunidade diante da necessidade de se buscar excelência no atendimento das demandas cada vez mais exigentes do mercado. “Este importante evento traz para o centro do debate temas fundamentais para o futuro da nossa profissão e para o desenvolvimento do país”.
De acordo com Gervasio, o tema desta edição, Educação, Inovação e Equidade Social, traduz com clareza os desafios e as responsabilidades que acompanham essa área do conhecimento. “A engenharia tem compromisso com a transformação da sociedade, com a busca por soluções inovadoras e sustentáveis, e com a garantia de condições mais justas para todos”, disse ele.
E reforçou: “O Crea-MG acredita que fortalecer a formação e ampliar o diálogo com estudantes e jovens profissionais é essencial para garantir que Minas e o Brasil tenham engenheiros e engenheiras à altura dos desafios do nosso tempo”.
Conhecimento para o bem comum
O tema desta Semana é Educação, Inovação e Equidade Social e traduz a necessidade de formar novas gerações em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, além de estimular que esse conhecimento esteja a serviço da sociedade.
A programação é estruturada em torno de quatro eixos temáticos de grande relevância para o desenvolvimento nacional: Gestão de Águas Pluviais e Drenagem Urbana; Engenharia e Inovação, com foco em inteligência artificial e ética; Mudanças Climáticas e Segurança Alimentar e Geopolítica, Alimentos e Paz Mundial.
Uma das novidades desta edição da Semana é a realização de palestras masters, ministradas por profissionais de renome. Elas ocorrerão ao final de cada dia, com temas afeitos aos debates técnicos. No dia 22, o tema central é Gestão de Águas Pluviais e Drenagem Urbana. Haverá, inclusive, uma mesa redonda sobre Infraestruturas Hídricas em Tempos de Eventos Climáticos Severos, um tema urgente e necessário. O professor doutor Carlos Eduardo Moretti Tucci, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) irá apresentar a palestra Água: Por que tão urgente? Por que tão negligenciada?
No dia 23, o tema central é Engenharia e Inovação. Os debates irão destacar aspectos legais do uso da Inteligência Artificial e inovação para atração de novos negócios. Na palestra master, Alexandre Aroeira Salles, sócio da Aroeira Salles Advogados, falará sobre Ética na Inteligência Artificial.
No dia 24, o tema principal são as Mudanças climáticas e segurança alimentar. A tarde terá palestras sobre o papel da inovação na mitigação dos impactos do clima e sobre novas rotas de energia verde para a transição energética. A palestra master está sob responsabilidade de José Carlos da Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Embalagens em Papel. O embaixador licenciado irá discorrer sobre Alimentos, Geopolítica e Paz Mundial
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