
A abertura da Semana da Engenheira teve como tema principal Gestão de Águas Pluviais e Drenagem Urbana. O primeiro painel, intitulado Engenharia de Gestão das Águas Pluviais – Conceitos básicos e aplicação, contou com a moderação do superintendente de Desenvolvimento Operacional e Inovação da COPASA Nelson Guimarães e as palestras da professora da Escola de Engenharia da UFMG Priscilla Macedo Moura e do Diretor de Gestão de Águas Urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, Ricardo Aroeira, funcionário de carreira da PBH.
Durante a tarde, o tema foi O serviço de saneamento de drenagem: quem paga; para que paga; quem faz”. A mesa foi moderada pela coordenadora da Comissão Técnica de Recursos Hídricos e Saneamento da SME, Patrícia Boson, e contou com as apresentações da Conciliare Consultoria Socioambiental Tácito de Matos e do engenheiro civil Frederico Vasconcelos, da SME

Membro da Comissão Técnica de Recursos Hidricos e Saneamento da SME, Vasconcelos diz que é preciso criar alternativas para elevar as receitas dos municípios. “A ausência de mecanismos estruturados de cobrança, como taxas específicas que considerem o grau de impermeabilização e o impacto real sobre o sistema, impede que as prefeituras tenham capacidade para financiar a manutenção e a expansão das redes de drenagem. Isso aumenta a dependência de repasses públicos esporádicos”, afirmou ele.
No final da tarde, o evento promoveu uma mesa redonda sobre Infraestruturas Hídricas em Tempos de Eventos Climáticos Severos, com a participação do Secretário Executivo do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Governo do Rio Grande do Sul, Joel Goldenfum, além da engenheira ambiental e sanitarista Fernanda Lobo, da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, do especialista Pedro Lindstron Wittica Cerqueira, da Agência Nacional de Águas e Saneamento e do professor Fernando Marcato, da FGV Direito, de São Paulo. A palestra foi mediada por Patrícia Boson.
Há consenso sobre a carência de profissionais capacitados na área de drenagem urbana, especificamente para o manejo das águas pluviais. Dados do suplemento MUNIC – Pesquisa de Informações Básicas Municipais do IBGE – indicam que apenas uma pequena porcentagem das cidades brasileiras possui quadro técnico exclusivo para essa área.
A falta de capacitação impede a adoção de práticas inovadoras, como a implantação de jardins de chuva, pavimentos permeáveis e bacias de infiltração, medidas essenciais para a adaptação das cidades frente às mudanças climáticas. “Investir em programas de formação e em cursos de atualização contínua para os servidores municipais é imprescindível para ampliar o leque de soluções tecnológicas e melhorar a qualidade dos projetos” alerta a engenheira civil Patrícia Boson, membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
