Foto 1: Semana da Engenharia foi aberta por Virgínia Campos e Marcos Gervásio
Apontar caminhos e soluções para a engenharia nas áreas de educação, sustentabilidade e desenvolvimento. Empenhados nesse propósito, lideranças setoriais, gestores de empresas, representantes do setor público e de entidades do terceiro setor dedicaram conhecimento e horas voluntárias para o bem comum. Com uma programação ampla e consistente, a I Semana da Engenharia da SME fez jus à ideia central de Henry Mintzberg, um dos mais renomados acadêmicos da área de negócios.
Para o professor, o equilíbrio de forças é essencial à promoção da justiça social, inovação, prestação de contas e responsabilidade. “O Setor Plural, é assim que Mintzberg nos identifica, tem valor para compor o tripé de uma sociedade mais plena, com comunidades robustas e práticas construtivas. Devemos nos unir, como fizemos nestes dias, e contribuir para um setor público de governos respeitados e um setor privado de empresas responsáveis”, ressaltou Virgínia Campos, presidente da SME e anfitriã do evento.
Foto 2: Marcos Gervásio e Virgínia com o livro sobre os 90 anos do Crea-MG
Esse também é o sentimento de Marcos Gervásio, presidente do Crea-MG. Para o líder da autarquia federal, as discussões aproximaram temas prioritários para os engenheiros, profissionais que estão na linha de frente das transformações do país. “O aprimoramento contínuo é uma necessidade para os profissionais enfrentarem os desafios do presente e do futuro. A união entre as entidades, e delas com os governos e empresas, reflete nossa vontade em impulsionar a engenharia. Agendas assim fortalecem nosso compromisso com a valorização profissional e um mundo mais justo e sustentável”, disse Gervásio, que presenteou Virgínia com o livro comemorativo dos 90 anos do Crea-MG
Foto 3: Carlos Braga em palestra na SME
ESG em pauta
A Semana da Engenharia trouxe à análise mais fina os princípios ESG, que integram aspectos ambientais, sociais e de governança. Professor associado da Fundação Dom Cabral, Carlos Braga apresentou a palestra O Olhar do mercado financeiro sobre ESG e a Engenharia. Consultor de empresas, Braga lembrou que, em junho de 2004, um grupo de 20 instituições responsáveis pela gestão de mais de US $ 6 trilhões endossou uma iniciativa patrocinada pelo Pacto Global da ONU. A agenda intitulada “Who care Wins” estabelecia pela primeira vez a integração de aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG) nos critérios de investimentos do mercado financeiro e nas práticas empresariais em geral.
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Foto 4: Lâmina da apresentação ESG e sustentabilidade
Desde então, explicou ele, existe uma pressão crescente por parte dos investidores, consumidores e stakeholders ao redor do mundo para entender como as empresas criam valor ao incorporar objetivos ESG na sua estratégia de negócios. “De acordo com a Global Sustainable Investment Review, em 2022 o volume de investimento ESG superou US$ 30 trilhões, representando aproximadamente 30% dos ativos globais sob gestão. Houve reflexo também no Brasil. O número de empresas que compõem o Índice de Sustentabilidade (ISE) da B3 mais que dobrou para 70 ações, contra média de 30 na última década”, explicou Braga.
De acordo com Braga há expectativa para que, até 2025, cerca de 70% dos projetos de grande escala considerem práticas ESG em suas fases de planejamento e execução. Além disso, a digitalização, inteligência artificial e a modelagem de informações da construção (BIM), estão facilitando a implementação dessas ações, permitindo um monitoramento mais eficaz do desempenho ESG dos projetos.
Por fim, Carlos Braga citou o presidente da Natura, Fábio Barbosa, que tem uma visão bastante ilustrativa sobre a influência do conceito ESG. O executivo diz que as empresas precisam estar conectadas com essa agenda e escolher a razão para a adesão: “Por convicção, que é a coisa certa a fazer; conveniência, para obter bons financiamentos com a estratégia; ou por constrangimento, quando parecer ser o último a fazer e perceber as cobranças do mercado”, provocou o professor da Dom Cabral.
Foto 5: Virgínia em palestra na Semana da Engenharia
A I Semana da Engenharia da SME trouxe esse tom, de contribuir ao debate com um olhar crítico e construtivo. Foram oito painéis, que apresentaram palestras e debates que interconectaram ideias, conceitos e soluções demonstrando a transversalidade da engenharia e importância da interação dos saberes à formulação de soluções e inovações.
Para Virgínia Campos, a engenharia, como atividade essencial, não existe isolada. Por isso, o sentido de conexão e convergência esteve tão latente ao longo dos dias na SME. “A engenharia prospera a partir de políticas públicas estruturantes, da inovação promovida pelo setor privado. Da mobilização e vigilância liderada pela sociedade civil organizada. É essa interação que nos permite criar cidades sustentáveis, infraestrutura resiliente, energia limpa e acessível, soluções que transformem a vida das pessoas”, disse Virgínia, ao agradecer a participação de todos.
Fotos: Fábio Batista