SME avança por melhorias em Governança e Compliace

A diretoria da SME recebeu no dia 4 de agosto o professor Carlos Penteado Braga, coordenador do Centro de Referência em Inovação & ESG da Fundação Dom Cabral. A agenda integra os trabalhos da Comissão de Governança e Compliance no processo de revisão do Estatuto Social da SME e formulação do seu propósito institucional. A abordagem, coordenada por Victorio Semionato, está classificada em três capítulos: Coração, que expressa a identidade, a finalidade e os valores institucionais da SME; Governança, que estrutura a participação dos associados e os mecanismos de deliberação coletiva; e Gestão, que regula a administração, a execução orçamentária e os recursos humanos.

O planejamento é orientado no compromisso da entidade com sua modernização e com o fortalecimento de sua relevância pública e social. Para a presidente da SME, Virgínia Campos, a entidade vive um momento decisivo, modernizando seu Estatuto Social para alinhá-lo à Lei nº 13.019/14, conhecida como Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. “Essa atualização é mais que um ato administrativo: é uma travessia simbólica rumo à SME dos 100 anos, fortalecendo sua conexão com os desafios contemporâneos e reafirmando seu papel na articulação entre setor público, setor privado e terceiro setor formado por organizações civis plurais e engajadas, como a SME”, afirma Virgínia.

O primeiro encontro da série, que trará ainda outros palestrantes, foi centrado no capítulo Coração. Durante sua exposição, Carlos Braga destacou a governança como ferramenta essencial para a construção de confiança, transparência e sustentabilidade institucional. E lembrou à necessidade de definição de um propósito claro e mobilizador como instrumento de transformação social, inclusão e defesa da engenharia.

Na palestra, sugeriu que a atualização estatutária e a definição do propósito institucional sejam incorporadas como base do Planejamento Estratégico 2025-2030 da SME, garantindo que cada meta futura esteja conectada à identidade e missão renovadas. Para Braga, consultor do BID para o Departamento de Infraestrutura Sustentável e conselheiro de diversas organizações do terceiro setor, mais que ajustes administrativos, é preciso visão estratégica e compromisso com a relevância social da engenharia. “A verdadeira transformação nasce de uma reavaliação interna profunda”, avalia. 

Sobre a modernização do Estatuto Social, entendido como espinha dorsal da entidade, o professor defende a premissa de um contrato social com os membros e a sociedade. Para ele, a atualização deve ser um exercício de cocriação, integrando identidade, missão e responsabilidades com sustentabilidade e inovação.  

Temas centrais

Ao traçar o cenário da engenharia mineira, ressaltou que a profissão vive um momento decisivo, pressionada por novas exigências regulatórias e pela sociedade, que demanda mais responsabilidade e impacto social. “Nesse contexto, a governança deve ser vista não como burocracia, mas como a engenharia da confiança, dos processos e do propósito”, considera Braga.

O professor enfatizou que a definição de um propósito institucional claro é a bússola estratégica que inspira membros, atrai parceiros e engaja a sociedade. “Mais do que técnica, a engenharia deve se afirmar como meio de transformação social, posicionando-se frente a desafios críticos de Minas Gerais, como adaptação às mudanças climáticas”, entende Braga, que é coautor do livro “Inovação: o Motor do ESG”, publicados pela FDC.

Ele ressaltou que essa agenda não deve se limitar a uma perspectiva estritamente ambiental, mas integrar-se a um modelo de desenvolvimento econômico e social capaz de gerar prosperidade de forma sustentável.

O consultor também dedicou parte de sua apresentação à atuação profissional, tema caro para a SME. Segundo ele, a engenharia conecta-se diretamente a direitos sociais fundamentais, como acesso à água potável, moradia digna e energia limpa.  Ao abordar o papel da engenharia na era da transformação, defendeu que diligência técnica e ética são pilares irrenunciáveis, e que a inovação, especialmente a incorporação da inteligência artificial, deve ser usada para ampliar a capacidade preditiva, otimizar recursos e monitorar riscos, sem substituir o papel humano do engenheiro. “A SME pode e deve ser voz técnica e ética nessas agendas”.   

Avanços

Como encaminhamento, a Comissão de Governança e Compliance dará prosseguimento às recomendações recebidas, incorporando os elementos apresentados na construção das próximas etapas do processo de modernização estatutária e do planejamento estratégico, que “deverá periódico e obrigatório para garantir o ciclo de melhoria contínua necessário à sustentabilidade institucional definindo os rumos da entidade nos médio e logo prazo”, explica Victorio Semionato.

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