Sociedade Mineira de Engenheiros participa de visita técnica à Arena MRV

Sociedade Mineira de Engenheiros participa de visita técnica à Arena MRV

A Arena MRV está com 92% das obras concluídas. As equipes de trabalho concentram esforços em instalações elétricas, hidráulicas, de ar-condicionado, sistema de combate a incêndio, instalação de cadeiras, além de obras de alvenaria e acabamentos. A montagem do gramado também está avançada, assim como a cobertura, 98% concluída. Os avanços puderam ser conferidos por diretores da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), que participaram de visita técnica ao novo estádio do Atlético Mineiro nesta terça-feira, 7 de fevereiro.

O convite partiu do engenheiro civil Ilso Oliveira, presidente do conselho de administração da Reta Engenharia, responsável pelo gerenciamento das obras de implantação da Arena MRV. “Procuramos compartilhar conhecimento. Fazer com que boas iniciativas, inovações e tecnologias cheguem ao mercado. Há, portanto, convergência com a proposta da SME, de valorizar a engenharia de qualidade”, disse o fundador da Reta.

Ilso preside a Câmara de Obras Industriais da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) e lidera frente semelhante na Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Para ele, a troca de experiências entre profissionais do setor é fundamental à evolução dos projetos, com maior eficiência e redução dos custos. “O projeto da Arena MRV é grandioso em aporte de recursos, mas também na aplicação de tecnologias, de metodologias construtivas e de assertividade de prazos. As obras começaram em 2020 e entregaremos o empreendimento três anos depois, em abril de 2023”, informou, ao ressaltar o esforço da equipe.

Os vice-presidentes da SME Wilson Leal e Flávio Fontes acompanharam o tour ao estádio do Galo. Eles assistiram a apresentação do gerente de projetos da obra. O engenheiro civil Diego Fernandes Pontes montou um Storytelling com destaque para itens como planejamento, segurança técnica, prazo e custos de execução. Desde a concepção do projeto, a Arena MRV se vale do BIM (Building Information Modeling) para monitorar os avanços. O uso do software representa melhor planejamento de obra, engenharia de valor, composição de orçamento, análise de custos, sustentabilidade e modelagem ‘as built’.

Wilson Leal elogiou as soluções de engenharia adotadas ali. Chamou atenção do vice presidente a estrutura interna do empreendimento, com amplos corredores de acesso às arquibancadas e áreas comuns. O sistema de drenagem, inovador, também foi valorizado. A adoção do sistema de aproveitamento de água pluvial é uma das principais medidas de sustentabilidade. A água da chuva que cairá sobre a cobertura do estádio será armazenada em um reservatório de um milhão de litros. A cobertura também mereceu atenção do vice-presidente da SME, por conta das vantagens acústicas e ambientais. “Trata-se de um projeto avançado e bem-sucedido, a partir de metodologia de gestão criteriosa. Com bom planejamento e execução dos serviços de engenharia. Eles chegam à conclusão de 92% da obra com respeito aos princípios de escopo, preço e prazo”, elogia Wilson.

 

Desafios

A Arena MRV está localizada no bairro Califórnia, em Belo Horizonte, e será o 10° maior do Brasil em capacidade, com 46 mil lugares e mais de 185 mil m2 de área construída. Uma obra de grande impacto traz também desafios importantes. “São desafios naturais de um empreendimento de grande magnitude. Um deles é o atendimento às contrapartidas exigidas pelo poder público. Os gestores da Reta apresentaram dados. Eles apontam avanços progressivos”, disse.

O projeto viário contempla, por exemplo, a construção de uma pista paralela à via Expressa, além de alças rodoviárias nas proximidades do estádio e duplicação do viaduto que dá acesso ao bairro Eldorado, em Contagem. Em outra frente, de preservação ambiental, a Arena MRV mantém o planejamento à preservação de nascentes e de 26 mil m² de uma mata que será preservada de forma permanente.

Outro destaque é o plantio de 46 mil mudas de árvores em parques públicos de Belo Horizonte. O esforço é uma das condicionantes da obra e representa uma árvore para cada assento do futuro estádio do Atlético. O número corresponde a cerca de 10% do total de árvores atualmente em Belo Horizonte. A expectativa é que o plantio seja executado durante 10 anos.

 

Minas Tênis Clube

A visita técnica à Arena MRV contou também com a presença de membros da comissão de obras do Minas Tênis Clube. O tradicional clube da capital desenvolve um projeto de expansão da unidade 2, que fica no bairro Mangabeiras. O plano diretor do Minas 2 foi construído a partir de ampla consulta aos sócios e representará investimento vultuoso, na casa de milhões de reais.

Engenheiros e arquitetos acompanharam com atenção a visita ao estádio do Galo. “A troca de experiência é muito importante. Conhecemos novos players, fornecedores e novas técnicas. Certamente teremos outros encontros, como esse”, disse o diretor de obras e presidente da comissão do Minas, engenheiro civil José Cláudio Nogueira Vieira.

As obras do plano diretor serão entregues em fases, após aprovação pela diretoria e validação pelo conselho deliberativo do clube. A primeira etapa, interna, deve levar cerca de quatro meses. Após esse fluxo, o processo passará pelo crivo da prefeitura de Belo Horizonte. José Cláudio estima que as obras comecem em 2024. “Teremos estruturas para o lazer dos sócios e para o esporte de alto rendimento, que está no DNA do clube”, apontou. O Minas é referência nacional na formação de atletas em modalidades como natação, ginástica, judô e voleibol.

A inauguração da Arena MRV está marcada para abril deste ano. O espaço multiuso terá quatro túneis de acesso ao gramado, que permitirão a entrada de carretas para dar maior agilidade na montagem e desmontagem de palcos.

Por enquanto, apenas profissionais envolvidos podem acompanhar esse espetáculo construtivo, que mobiliza mais de 30 disciplinas da Engenharia.

 

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