Terceiro Setor debate soluções para resiliência climática


Virgínia Campos pediu maior interação para avanços ambientais

A presidente da SME Virgínia Campos participou no dia 27 de setembro da 19ª edição do Encontro Nacional do Terceiro Setor (ENATS). O evento, aberto no dia 26, foi realizado no Centro de Convenções CDL/BH com o tema A força da Sociedade Civil Organizada na garantia dos Direitos Fundamentais. Virgínia esteve na roda de conversa Redes de Soluções pela Resiliência Climática: Mobilização, Estruturação e Governança.

Na palestra, Virgínia destacou a presença da SME em conselhos, como COPAM e CODESE, e em representações, como o Colégio de Entidades do Crea-MG e o Grupo de Entidades Precursoras. Ressaltou ainda a presença da entidade na auditoria operacional do Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde atua como amicus curiae para ações de recuperação da Lagoa da Pampulha. Para Virgínia, é preciso maior interação entre os três setores. “As Organizações da Sociedade Civil devem interagir no sentido de concretizar o acesso a direitos sociais. A engenharia bem concebida serve ao cidadão e promove bem-estar e desenvolvimento”, ressaltou.

Sobre o tema proposto à mesa de debate, Virgínia destacou que a resiliência climática provém da colaboração estratégica entre setores público, privado e a sociedade civil, além de mobilização nas redes que integram diversas entidades e adoção de gestão de riscos ambientais, considerando os eventos extremos. Assinalou ainda que é determinante a valorização de sistemas voluntários pautados na autorregulação, na gestão ambiental das empresas à necessidade de investimentos permanentes, no aprimoramento tecnológico e na inovação aplicada à engenharia. “Desta forma, as ações serão replicadas para ganhar escala. É preciso ampliar espaços de discussão para qualificar a gestão ambiental. Trabalhar novas tecnologias, novas formas de agir e pensar”, reforçou Virgínia.


Renato Ciminelli e professor Téo no debate na CDL/BH

Palestras

A mesa de conversa Redes de Soluções pela Resiliência Climática foi mediada pelo engenheiro químico Renato Ciminelli. Associado da SME, ele possui assento no Conselho de Engenheiros para Transição Energética (CEET), um grupo de 50 engenheiros globais de assessoramento ao Secretário-Geral da ONU.

 O professor Armindo Teodósio, da PUC Minas fez alguns questionamentos importantes. Para o docente, que orienta programas de pós-graduação e de extensão universitária, é urgente o entendimento sobre mudanças duradouras e ações mais abruptas. “Há pouca ecoefetividade diante da emergência climática. As comunidades indígenas sabem proteger o ambiente. O mundo empresarial precisa estar disposto a aprender, já que a sustentabilidade está frágil”, disse.

Téo, como prefere ser chamado, questionou a plateia sobre as formas de financiamento e gestão da crise global. “Não há subsídios para protagonistas do futuro. É preciso investir em uma Biobras e não apenas na Petrobras. E as universidades devem sair da torre de marfim, serem menos herméticas”. No tripé de sustentação de ações, disse ainda que o Terceiro Setor não pode funcionar apenas na lógica do estado. “Ter autonomia para ter impacto. Tecnociência cidadã é o grande potencial, é fundamental haver mais diálogo com atores locais, comunidades afetadas”, garantiu Téo.


Denise diz defende visão sistêmica contra a visão do acionista

Denise Baumgratz falou sobre Capitalismo Consciente. Ela é mentora e cofundadora da Essentia Consultoria em Sustentabilidade. O movimento global nasceu em 2010 nos EUA. Chegou no Brasil em 2013 e desde 2020 está em BH. Trata-se de uma        abordagem sistêmica, que se distancia da “visão do acionista”, da década de 1970. Para ela, a mentalidade dos gestores precisa de uma modificação abrupta. “O ESG coloca pressão nas empresas, à luz do sistema financeiro que cobra métricas para adesão de investidores. A siderurgia define novos padrões de descarbonização para manter bons índices de exportação. A construção civil revê seus desperdícios, a indústria quer melhor gestão de recursos hídricos. Tudo está vinculado à cadeia de fornecedores e de consumo”, apontou ela.


Raimundo Soares alertou sobre atrasos em metas estabelecidas nos ODS

Raimundo Soares, do Instituto Orior, destacou a governança e a mobilização social. O professor integra o Movimento Minas 2032. A ação tem como base a urgência de que todos os setores da sociedade se apropriem das respectivas responsabilidades para a construção de um futuro mais sustentável, justo e igualitário. Sejam capazes de buscar em conjunto e se apoiar mutuamente na construção de soluções para problemas estruturantes da  sociedade.

O esforço tem como base de orientação os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e a Agenda 2030, preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2015. De acordo com Soares, os ODS estão patinando. “7% das 169 metas têm resultados insatisfatórios, os demais estão em risco ou regrediram. As ações são fragmentadas, não há convergência. É preciso reconectar”, alertou ele, citando um exemplo. “O Brasil está na 86º posição em um ranking mundial de ações voluntárias, falta um olhar atento sobre o outro”, disse.

Fundamig

O Encontro Nacional do Terceiro Setor reforça a importância das parcerias entre a sociedade civil, o setor privado e o poder público para a promoção dos direitos fundamentais. A conexão intersetorial é um dos pilares da agenda. O fortalecimento das organizações do Terceiro Setor só é possível quando estabelecemos pontes com o governo e as empresas. Essas conexões ampliam nosso impacto e garantem a sustentabilidade das ações sociais”, defendeu Julia Caldas, superintendente executiva da Fundamig.

A SME é associada da fundação, vinculada à Confederação Brasileira de Fundações (CEBRAF), realizadora do evento junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça Velamento de Fundações e às Alianças Intersetoriais (CAO-TS).


BH sediou o Encontro Nacional do Terceiro Setor

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