Fazer o resgate da boa engenharia na construção do desenvolvimento do Estado e do País; ao mesmo tempo, buscar o fortalecimento institucional da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) para que, desta forma, a entidade recupere o papel que sempre teve, ao longo de sua história, nas decisões importantes em que a engenharia tinha papel essencial. Estes são os objetivos centrais da gestão da engenheira Virgínia Campos à frente da SME. Ela foi empossada ontem à noite, para um mandato de três anos.
“Deveremos resgatar o papel preponderante da boa engenharia e, através dela, e com ela, haveremos de recuperar, também, a própria estabilidade institucional da SME. Foi o espírito associativo que nos trouxe, por meio da chapa “União Como Força”, à cerimônia de hoje”, afirmou Virgínia Campos em seu discurso de posse, que, devido à pandemia do coronavírus, ocorreu de forma virtual, pelo canal da Instituição no Youtube.
Para ela, a recuperação do “brilho histórico da entidade” passa, necessariamente, não pelo resgate puro e simples da presença de qualquer engenharia nas decisões e nas atividades de governança pública, mas pela restauração plena da presença da engenharia na sociedade de todo o país. Ela lamentou que, nos últimos tempos, a engenharia tenha sido, “inconvenientemente alijada das ações de governança pública, incluindo o planejamento de empreendimentos e intervenções na realidade física e social”.
Em Minas Gerais, segundo ela, o fenômeno parece ter sido muito mais intenso. “Pior do que isso: quando a engenharia não esteve literalmente afastada das decisões estratégicas e da definição de métodos e processos envolvidos na própria gestão pública, ela esteve mal representada, na forma de soluções improvisadas, exageradamente simplificadas, equivocadamente selecionadas e não totalmente consistentes com o estado da arte disponível no âmbito da boa engenharia”, afirmou a nova presidente da SME.
Confiança – Rubens Menin, presidente do Conselho de Administração do grupo MRV, também lamentou o enfraquecimento da engenharia ocorrido nos últimos anos. Mas ressaltou sua confiança na retomada do desenvolvimento econômico e também da própria engenharia, atividade que, segundo ressaltou Menin, é indispensável para qualquer nação que queira se desenvolver.
A despeito da crise, o presidente do grupo MRV manifestou sua confiança na força da engenharia brasileira. “Nossa engenharia não perdeu a pegada. Ainda estamos atualizados e temos boas universidades, o que fomenta a engenharia”, disse ele.
Em seu discurso de transmissão de cargo à nova presidente da entidade, Ronaldo Gusmão fez um histórico das atividades ocorridas ao longo dos três últimos anos na Casa. “Foram 236 encontros, número correspondente ao total de eventos realizados na entidade nesse período. Deles participaram mais de 6,2 mil pessoas. Com isso, a entidade se revigorou, os associados retornaram, e novos associados chegaram. Porque a Casa estava aberta, viva, vibrante e falante”, afirmou Ronaldo Gusmão.
Durante a solenidade, falaram também os líderes das duas chapas que, durante a campanha, fundiram-se na chapa única à frente da qual ficou Virgínia Campos. “Nós conseguimos trilhar o caminho do bom debate, do diálogo, sempre pensando em novos caminhos para a SME. Acredito que não tem como não termos sucesso”, afirmou Krisdany Cavalcante, que era candidato a presidente pela “Novos Tempos”. Krisdany afirmou estar “disposto e a postos” para o que a nova diretoria da entidade precisar.
Interiorização – Carlos Eduardo Leite Brandão que foi candidato a presidente pela chapa “Um salto para o futuro” e que será o presidente do Conselho Deliberativo na gestão que ontem tomou posse, apontou os pontos que, segundo ele, deverão ser prioridades da nova diretoria: interiorização das ações da SME e instituição de instrumentos de governança para que a entidade possa estar adequada ao que se tem de mais moderno nas técnicas de gestão e controle. Carlos Brandão pretende também que a SME participe da proposição, discussão e divulgação de tais instrumentos nas empresas de engenharia, arquitetura e agronomia em todo o Estado.
Marcos Sant’Anna, que presidiu o Conselho Deliberativo na gestão que ora se encerrava, afirmou que o papel da gestão passada foi cumprido. “O esforço foi muito válido”, afirmou Sant’Anna, ao ressaltar a contribuição dada pela SME para a recuperação do valor da engenharia nos tempos atuais.
Marcos Túlio de Melo, que integra o Conselho Deliberativo na nova gestão, conclamou associados e empresas de engenharia a participarem do projeto que busca dar sustentabilidade à SME. “Vamos enfrentar esse desafio e vencer”, disse Marcos Túlio.
Paulo Angelo Carvalho e Stefano Angioletti, que foi o moderador da solenidade de posse, ressaltaram a importância de uma política de governança para a boa gestão da SME. “Vamos fazer isso na SME”, afirmou Paulo Angelo. Stefano lembrou que a governança é uma política que está sendo cada vez mais exigida nas organizações, não só de engenharia, razão pela qual será implementada também na SME. “A governança está sendo exigida cada vez mais”, pontuou Stefano.
Prêmio – Durante a solenidade, a presidente Virgínia Campos anunciou o lançamento do Prêmio Engenheira Maura Menin Teixeira de Souza, que será entregue anualmente, no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, às engenheiras que mais se destacarem em sua área de atuação. Maura Menin Teixeira dedicou-se, décadas atrás, à especialização em recursos hídricos, muito antes de o assunto ter a relevância que tem hoje. “Ela foi uma profissional admirada, respeitada e vitoriosa, mulher visionária, à frente do seu tempo”, afirmou a nova presidente da SME.
Leia a íntegra do discurso de posse de Virgínia Campos
Assista ao vídeo da solenidade
Leia aqui a entrevista de Virgínia Campos na página “Engenharia Hoje”, do “Diário do Comércio”
Leia a íntegra do documento com as propostas para a gestão 2020/2023
SME/Assessoria de Comunicação