Foto: Exposibram ocorreu em Belém (PA) de 28 a 31 de agosto.
A mineração é estratégica para o Brasil impulsionar a economia verde e se tornar líder da oferta de minerais cruciais para a transição energética no mundo. Para isso, o país precisa estruturar uma política nacional para expansão de minerais estratégicos para a transição a uma economia de baixo carbono; ampliar o conhecimento geológico do território.
Também é preciso estabelecer linhas de financiamento adequadas às características do setor e ampliar a captação de recursos pelas mineradoras no mercado de capitais. “O setor financeiro aporta R$ 2,1 trilhões em atividades produtivas no país, porém, apenas 0,9% desse total é direcionado à mineração, um dos três principais setores econômicos do Brasil”, disse diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, na abertura da Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram) 2023, realizada de 28 a 31 de agosto. Pela primeira vez o maior evento do setor mineral ocorreu em Belém, capital do Pará.
A questão ambiental foi pauta em muitos debates. O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, destacou na abertura do evento o papel da mineradora e o potencial do setor para a transição energética brasileira e a descarbonização global. Para ele, o setor tem papel importante na redução das emissões de gases de efeito estufa e na mitigação das mudanças climáticas no mundo. A empresa estabeleceu objetivos e prazos definidos nessa direção. “As metas são reduzir as emissões em 33% nas suas operações até 2030 e em 15% junto a fornecedores e clientes siderúrgicos até 2035”, garantiu o CEO. Também é meta da companhia alcançar, até 2050, zero emissões líquidas de carbono.
A head da Hydro Rein no Brasil, Marcela Jacob, disse no painel “Energia renovável e mudanças climáticas” que a empresa utiliza recursos naturais, em produtos e soluções para a descarbonização em suas operações. “Fazemos assim em todas as partes da cadeia de valor, chegando até a reciclagem. A Hydro trabalha com a meta de ser zero carbono até o ano de 2050”, informou.
Entidades Precursoras e ex-secretário da ONU
Foto: Maurício Balensiefer com ex-secretário da ONU Ban Ki-moon
As Entidades Precursoras também cumpriram agenda na Exposibram. Na oportunidade, o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Maurício Balensiefer, relatou o andamento do Programa Nacional de Capacitação ao ex-secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, A proposta, já apresentada ao Confea, promoverá cursos em parcerias com entes da sociedade civil tendo na engenharia a base para o desenvolvimento econômico, social e ambiental. Ban Ki-moon enfatizou a importância desta iniciativa para o Brasil.
A meta é realizar 122 cursos, organizados em 16 eixos temáticos, contemplando assuntos de interesse das engenharias, agronomia e geociências provido pelos membros do grupo das entidades precursoras, além de especialistas nacionais e internacionais. Todo conteúdo será alinhado ao conceito ESG, a sigla em inglês que representa sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa. (Environmental, Social and Governance)
Foto: Sérgio França Leão, Virgínia Campos e Adriano Espeschit na Exposibram
A presidente da SME, Virgínia Campos, acompanhou painéis e debates na Exposibram. O vice-presidente da entidade Sérgio França Leão também foi ao Pará. “A Exposibram é um evento que reúne as principais empresas do setor de mineração. Conheci tendências e inovações tecnológicas e me chamou a atenção o interesse do setor na agenda do clima. Estamos alinhados a esse propósito, com foco em soluções de engenharia baseadas na natureza e o fortalecimento da economia circular “, projetou.
A Sociedade Mineira de Engenheiros avança para a criação do Centro de Referência para as Engenharias de Baixo Carbono. Os trabalhos à constituição do centro estarão sob responsabilidade do engenheiro químico e de materiais Renato Ciminelli. Associado da SME, Ciminelli possui assento no Conselho de Engenheiros para Transição Energética (CEET), um grupo de 50 engenheiros globais de assessoramento ao Secretário Geral da ONU. O comitê gestor será composto pela SME, empresas e instituições convidadas.