Vinícius Morreli Braga – Gerente de SEMT da Patrus
Realizado no dia 20 de novembro, na sede da SME, o seminário Transporte e Mobilidade no Cenário da Descarbonização teve debates técnicos relevantes, como a Mesa II, sob o tema Descarbonização do Transporte à luz de políticas públicas e privadas. De fato, há exemplos positivos do retorno em energias limpas. A transportadora Patrus, de Belo Horizonte, investe em projetos e ações de ESG (ambiental, social e governança). De acordo com o gerente de SEMT da companhia, Vinícius Morreli Braga, as ações geram impactos positivos nas operações e nas relações com os clientes e consumidores.
Para a distribuição de encomendas de pequeno porte, a Patrus utiliza os modelos elétricos Kangoo da Renault e o Fiorino da Fiat. Para suas operações logísticas, a Patrus utiliza mais de 4,8 mil veículos conectados em sua frota, sendo 800 próprios e quatro mil de transportadores autônomos de carga. Um painel de controle de distribuição acompanha a geração de CO2 emitido por jornada, desde a entrega até a viagem de retorno dos veículos, que realizam as operações de coleta, transferência e entrega de cargas tanto para o segmento B2B (de empresa para empresa), quanto para o B2C (de empresa para o consumidor).
Braga diz que as empresas estão cada vez mais interessadas no volume gerado de gases do efeito estufa. Essa conexão amplia a aderência ao modelo de geração mais limpa. “Quando fizemos esse monitoramento de forma sistemática, mostramos nosso compromisso com uma produção responsável. Precisamos pensar agora nas metas estipuladas para 2030, dentro do que está previsto nos ODS. As neutralizações estão em evolução. Começamos com 10%, passamos para 15% e vamos seguir com esse propósito, de investir em soluções tecnológicas para além do pagamento de créditos de carbono”, explica o gestor.
Murilo Ferreira – CEO da Celo 4
O painel II também contou com a participação de Murilo Ferreira, CEO da Celo 4, que desenvolveu a Verden, única plataforma que oferece a Certificação de Frete Carbono Zero emitida pela ONU. O modelo simplifica o processo de descarbonização de empresas de transporte, permitindo a redução das emissões. A plataforma oferece cálculos precisos de emissões para carga dedicada, carga fracionada, além de apuração das emissões pelo Índice de Passageiros por Quilômetro – IPK e pelo Índice de Passageiros por Viagem – IPV.
O sistema é 100% digital, e permite o acesso a todas as funcionalidades de qualquer lugar e a qualquer momento. Com o inventário de emissões para cargas, Murilo diz que é possível planejar viagens carbono zero e assim obter a certificação de frete carbono Zero emitida pela ONU.
“Nós conseguimos entender os meios. O primeiro passo é a medição, de forma automática e integrada. Isso é importante porque o negócio do transportador não é a compensação através do crédito de carbono. A meta é a redução”, aponta Murilo.
Grazi Carvalho – Diretora-executiva do LICI
O seminário técnico trouxe ainda a Mesa III Cidade Inteligente e Mobilidade. Nesse contexto, a geógrafa Grazi Carvalho apresentou o projeto LICI, que leva conceitos e ações práticas de Smart Cities a municípios de todos os estados do país. A meta da equipe é 50%+1 de cidades inteligentes e sustentáveis no Brasil até 2030.
O trabalho se dá em quatro abordagens: Cidades Humanas, como na melhoria de qualidade de vida do cidadão; Cidades Eficientes, para melhorias na qualidade de vida do cidadão; Cidades Inteligentes, que prevê ações em Governança e Educação; e Cidades Sustentáveis, com foco em promover projetos que atendam o tripé da sustentabilidade: meio ambiente, social e geração de emprego e renda.
Grazi defende o princípio da legalidade, com planejamento estratégico, respeito às leis municipais e escuta ativa da comunidade. “Muitas questões podem ser resolvidas em uma revisão do plano diretor, em um novo regramento do uso e ocupação do solo. Também é preciso criar estratégias para alavancar as vocações econômicas do município. Nosso esforço é capacitar lideranças para promover essas transformações. A questão ambiental, com a redução das emissões de gases, é parte de um projeto de cidade mais humana e sustentável”, alerta Grazi, reconhecida pela SME com a Medalha Maura Menin 2023, em agosto.